Dia Sem Tabaco 2023

Na 4ª feira, dia 31 de maio, celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, pretendendo-se continuar a alertar as populações para os efeitos nefastos provocados pelo tabagismo na saúde, na economia e no meio ambiente

Este ano, o tema escolhido pela OMS para a mobilização da opinião pública internacional relativo a esta data é “Precisamos de comida, não de tabaco”.

Estando cientes da importância que a cultura do tabaco tem na economia dos países que a praticam, o grande objetivo desta campanha é promover a substituição do cultivo do tabaco por culturas alternativas, mais nutritivas e sustentáveis de acordo com as necessidades reais das populações ao nível da produção e disponibilização de alimentos e, simultaneamente, proteger o ambiente, salvaguardando a biodiversidade do planeta.

É por demais sabido que a produção de tabaco, em regime de monocultura, tem contribuído para o agravamento da insegurança alimentar no mundo. A destruição do ambiente natural resultante do desmatamento de extensas áreas do coberto vegetal pautou-se pela redução ou mesmo eliminação da flora e fauna locais. Desta situação resultou uma profunda degradação do solo incrementada pela utilização intensiva de pesticidas e fertilizantes com efeitos gravíssimos nos recursos hídricos de superfície e dos aquíferos no que respeita à quantidade e qualidade das águas. Estão reunidos os “ingredientes” que abrirão caminho à progressiva desertificação de extensas áreas do planeta.

Dado que o tabagismo constitui um flagelo para a saúde, para a economia e para o ambiente, a campanha promovida este ano pela OMS a propósito do “Dia Mundial Sem Tabaco ” apela aos governos “que intensifiquem a legislação, desenvolvam políticas e estratégias adequadas e permitam que as condições de mercado para os produtores de tabaco mudem para o cultivo de alimentos que proporcionem a eles e suas famílias uma vida melhor”.

É preciso que, ao contrário do defendido pelo príncipe de Lampedusa, algo comece a mudar para que a chaga tabágica com todo o seu manancial de mazelas a nível individual, social, económico e ambiental, de maneira paulatina mas visível, comece a integrar a agenda dos responsáveis pela coisa pública.

Já deu entrada no parlamento a nova lei do tabaco que pretende acabar com a maioria das “exceções atualmente previstas na lei à proibição de fumar em locais fechados de utilização coletiva”, bem como restringir locais em que é permitida a venda de tabaco, não proibir por proibir, mas não facilitar o seu acesso dos mais jovens.

Parafraseando Sophia de Mello Breyner “lemos, ouvimos e vemos, não podemos ignorar” que ao tabagismo continua a ser-lhe concedida da parte da nossa sociedade uma tolerância de todo imerecida, não obstante todos reconhecermos que é o principal fator de risco prevenível e, por conseguinte evitável, de morbilidade e mortalidade precoce, ao potenciar o cancro e outras doenças graves.

Diz o povo que “mais vale cair em graça do que ser engraçado”, o problema é que no que respeita aos hábitos tabágicos, “cair em graça”, é trocar uns instantes de prazer fugaz, por uma vida em que não é só o coração que sofre, mas também se abdica do usufruto de vidas que poderiam ter tido vivências bem mais felizes, é sentir-se confortável com a sua situação de dependência, pouco importando o facto de ser-se “escravo do tabaco”.

Nunca é demais relembrar que pelo menos 80% das mortes por cancro de pulmão estão diretamente associados ao tabaco, podendo, igualmente, acrescentarmos a sua contribuição para o cancro da boca, faringe, laringe, esófago, estômago, pâncreas, traqueia, rim e bexiga.

O tabagismo, enquanto mal que teima em perdurar, tem nos últimos tempos entrado numa trajectória descendente na Europa, tal não obstando que cerca de 25% da sua população com mais de 14 anos seja fumador ativo. As consequências, em termos de esperança média de vida, traduzem-se numa diminuição da ordem de pelo menos 10 anos, e é claro, com uma qualidade de vida bem mais sofrível.

Não fumem pela vossa saúde, pela saúde da vossa família, dos vossos amigos, dos conhecidos e dos desconhecidos. O planeta agradece.


Equipa EPS do AEJD

 

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