Dia Internacional da Mulher 2023

Na próxima 4ª feira, 8 de março, assinala-se o Dia Internacional da Mulher, visando relembrar o muito que já foi conseguido ao nível de direitos sociais, políticos e económicos, e simultaneamente reconhecer o quanto falta alcançar, na maior parte dos países, no reconhecimento do papel e do contributo das mulheres em todos os domínios da sociedade. 

De facto a desigualdade de género continua a ser o padrão habitual na maior parte do planeta, havendo extensas regiões onde às mulheres são negados os direitos mais básicos de qualquer ser humano, encaradas simplesmente como propriedade de pais, maridos e irmãos, além de guardiãs da honra das famílias.

Em consonância com o tema prioritário da 67ª sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW): “Inovação, mudança tecnológica e educação na era digital”, este ano, a ONU propôs para o Dia Internacional das Mulheres em 8 de março de 2023 o tema “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de género”.

A defesa do avanço da tecnologia transformadora e da educação digital estão na primeira linha das preocupações das Nações Unidas no combate à desigualdade de género no domínio do digital. A realidade atual neste domínio, mostra-nos que tem ocorrido um aprofundamento das desigualdades económicas e sociais, tornando-se prioritária a proteção dos direitos das mulheres em espaços digitais e encarar o problema da violência online de que têm sido vítimas privilegiadas nas redes sociais.

O crescimento e competitividade de um país não podem dar-se ao luxo de desperdiçar o talento de mais de metade da humanidade. O relatório UN Women’s Gender Snapshot 2022, da ONU Mulheres refere que “a exclusão das mulheres do mundo digital eliminou 1 trilião de dólares do produto interno bruto de países de baixa e média renda na última década — uma perda que crescerá para 1,5 trilião de dólares até 2025, se não houver nenhuma mudança. Reverter essa tendência exigirá enfrentar o problema da violência online, o que um estudo com 51 países revelou que 38% das mulheres já experimentaram pessoalmente”.

É já ponto assente que a tecnologia e educação digital, constituem instrumentos fundamentais ao desenvolvimento e ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. A dinâmica atual, no âmbito do digital, tem-se pautado pela perpetuação e mesmo agravamento da desigualdade de género, pois que o ritmo de aquisição de competências digitais e de acesso às tecnologias têm estado a deixar as mulheres cada vez mais distanciadas dos homens. Há que pôr cobro a essa situação, daí que o tema proposto para o Dia Internacional da Mulher deste ano, tenha como objetivo discutir as responsabilidades e o papel das instituições e entidades na melhoria do acesso às ferramentas digitais, visando reduzir o fosso entre homens e mulheres no domínio do digital.

No mundo moderno, já não é possível questionar, com seriedade, a capacidade das mulheres de exercer qualquer atividade tão bem quanto os homens. Entre a proclamação da aceitação e interiorização deste facto e a real efetivação da igualdade de género exigindo uma verdadeira parceria que concilie a vida profissional, familiar e pessoal de homens e mulheres, vai a distância que implica a superação de séculos de desigualdade e domínio. Sem esta, o cumprimento do 5º objetivo do desenvolvimento sustentável almejando a construção de um futuro justo e igualitário, que garanta a todos os cidadãos os mesmos direitos e deveres, não passará de uma utopia, uma mão cheia de boas intenções.

A vida mostra-nos que a mudança de mentalidades está longe de ser tão rápida quanto seria desejável. Os números da igualdade de género mostrando que há um longo e penoso caminho a percorrer, são um reflexo dessa realidade.

No domínio da educação o estudo da ONU feito em mais de 120 países indica que são muito poucas as jovens que têm a oportunidade de prolongar os estudos, desperdiçando o que poderia ser um extraordinário contributo das mulheres na cultura, na ciência e na inovação.

A desigualdade de género é uma falta de gratidão dos homens para com as avós, as mães, as companheiras, as filhas, as irmãs, enfim, para com as mulheres.

A Equipa Promotora de Saúde do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, consciente de que a igualdade de género, tal como a liberdade é para ser promovida e vivenciada por todos, convida a comunidade escolar a fazer de todos os dias, dias dos homens e das mulheres, encarados e aceites como parceiros iguais na vida.

Equipa EPS do AEJD


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