Dia Mundial da Saúde Mental 2020

No próximo sábado, dia 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental, data em que a Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health) instituiu esta celebração, em 1992.

Hoje em dia, tal como na altura, pretende-se sensibilizar e consciencializar a comunidade mundial para a problemática da saúde mental das populações, que, sendo transversal a todos os grupos sociais e pese embora a componente genética que a determina, não deixa de ser fortemente condicionada por fatores socioeconómicos que, no contexto da pandemia Covid-19 e consequente agravamento das condições de vida a nível de emprego/trabalho e acesso aos cuidados de saúde, têm potenciado uma degradação galopante nos grupos mais fragilizados, em particular, crianças e adolescentes, idosos e mulheres grávidas.

Nunca é de mais relembrar que a questão da saúde mental não pode deixar de ser encarada como uma causa comum a toda a humanidade, assumindo-se o combate ao preconceito e à estigmatização em torno da saúde psicológica como uma tarefa de todos os dias.

 

Segundo a Direção Geral da Saúde, Portugal é um dos países europeus com maior número de casos de perturbações mentais, representando as mulheres e as pessoas com menor escolaridade e condições económicas os grupos mais afetados.

 

Como se já não bastassem os condicionalismos e exigências decorrentes do ritmo alucinante da sociedade atual, em que todos têm que ser “vencedores”, pois a vida não se compadece com os “perdedores”, tendo que estar sempre bem consigo e com os outros, “fazendo das tripas coração”, escondendo e ultrapassando fraquezas, que “dos fracos não reza a história”, ignorando sinais de alerta para estados depressivos que vão instalando, ainda tinha que nos cair em cima o raio da pandemia, qual lapa, que não ousa despegar de vez e libertar-nos destes constrangimentos que nos obrigam a olhar de viés os nossos semelhantes, pois nunca se sabe quem poderá ser portador do “sacana” do novo coronavírus Sars-CoV-2.

 

Com este panorama, não há, de facto, saúde mental que resista. Em todo o caso é preciso olhar em frente e, apesar do “sangue, suor e lágrimas” que muito provavelmente ainda teremos que suportar, seria bom que, a propósito deste dia, possamos continuar a defender “O conhecimento de nós mesmos, a capacidade de sairmos de nós próprios, ser tolerantes e moderados na emissão de juízos de valor relativamente ao próximo, o aprendermos a relacionarmo-nos com os outros, uma relação com o stress que nos leve a aprender coisas novas e a ser criativos e o sermos capazes de questionar as nossas vidas, são atitudes que muito nos ajudarão a manter a nossa sanidade mental”.


Não devendo nós ser uma “ilha” e não podermos ser um “continente”, há que manter a distância social e física, sejamos pelo menos um “arquipélago”, já que, não podendo haver continuidade, sempre haja alguma contiguidade.

Animação sobre a depressão realizada pela OMS
https://youtu.be/ThKqFVEZr3U

 

Equipa EPS do AEJD