Dia Internacional da Mulher 2024

Na próxima 6ª feira, 8 de março, assinala-se o Dia Internacional da Mulher, com o objetivo de celebrar e relembrar os direitos arduamente conquistados nas lutas travadas pelas mulheres nas últimas décadas.

Um dia para relembrar que todos os dias são dias para HOMENAGEAR as mães, as companheiras, as avós, as irmãs, as tias, as primas, as amigas e colegas,…as MULHERES.

Um dia para relembrar que em todos os momentos da vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na partida e na chegada, na paz e na guerra, nunca faltará aquele olhar, aquele abraço do tamanho do mundo, tão próprios das mulheres.

A oficialização do 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita pela ONU em 1975, no ano a seguir a voltarmos a ser um país livre que permitiu a conquista pelas mulheres de um sem número de direitos na sequência da alteração do seu estatuto na vida familiar, no trabalho e na sociedade.

Foram dados passos muito importantes na implementação da igualdade de género, mas estamos plenamente conscientes de que a igualdade entre homens e mulheres é algo que continuará a ter de ser construído com muito empenho e persistência, face a enormes resistências que continuam a persistir na nossa sociedade.

Em vários setores da nossa sociedade o lugar das mulheres ainda não é onde, como e quando possam querer, persistindo no inconsciente coletivo muito da maneira de pensar do velho país.

Relativamente à paridade salarial o panorama não é nada famoso, estando esta, a nível mundial, a 300 anos de distância, segundo estimativas da ONU Mulheres.

Tudo indica que a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 só por milagre verá a luz do dia, mesmo em muitos daqueles países onde os direitos das mulheres se encontram já largamente consagrados.

Relativamente ao nosso país, apesar de estarmos a progredir mais rápido do que a média europeia, os valores relativos à igualdade de género, mostram-nos que vindos de longe, de muito longe, ainda há muito caminho para lá chegar, parafraseando José Mário Branco.

A condição e os direitos sociais, políticos e económicos das mulheres continuam a ser determinados pelo meio socioeconómico e cultural em que se inserem. São as mulheres que continuam a assegurar a maior parte do chamado “trabalho invisível”. Cuidar das questões da casa, dos filhos, dos idosos, das idas ao médico, das reuniões nas escolas são encaradas como algo da sua incumbência.

Igualdade de género? Direitos iguais e efetivos para homens e mulheres, ou uma utopia embatendo na força do poder masculino com milhares de anos alicerçados no silêncio cúmplice da maioria das mulheres?

Consagrada na lei, a igualdade de género é desmentida todos os dias na vida quotidiana, dado que o patriarcado continua a ditar as regras, forte e transpirando vitalidade na grande maioria dos países, sendo que, em muitos deles, são encaradas como mera propriedade de pais, maridos, irmãos, e quando não mesmo dos filhos.

A guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, bem como os conflitos que vão grassando nos continentes africano e asiático continuam a ter como principais vítimas as mulheres e as crianças. A violência tem atingido um tal grau de intensidade e de selvajaria que, perante a cumplicidade dos poderosos e a impotência do mundo, apraz-nos dizer com António Variações “Já esqueceram o cantar e o sorriso/Já não são homens de boa vontade/A loucura está a vencer o juízo/O ódio, a amizade/ Estão-se a despir de toda a humanidade./ ….Vou-me queixar/Estou-me a alarmar/Vou suplicar/Ao Deus da vida pra os neutralizar.”

A Equipa Promotora de Saúde do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, insta a comunidade escolar a empenhar-se em tudo o que possa fazer para que a igualdade de género, passe do papel para algo de concreto e efetivo no quotidiano das pessoas, na certeza de que nunca será desigualdade para ninguém.

 

Equipa EPS do AEJD