Dia Eliminação da Violência Mulheres

Categoria: Atividades
Publicado em 22-11-2022

Na próxima 6ª feira, dia 25 de Novembro assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, visando reforçar os alertas para a continuada, se não mesmo redobrada violência exercida contra as mulheres das mais variadas formas, seja através de abuso ou assédio sexual, seja de maus tratos físicos e psicológicos levados a cabo tanto no contexto familiar quanto no laboral.

 A onda populista e revanchista que grassa pelo mundo potenciada e exponenciada pelas redes sociais, a par da gravíssima crise em que se encontra a informação séria e de qualidade, têm aberto o campo à proliferação das conceções mais retrógradas relativas às questões de género.

 

 

As conquistas das últimas décadas, que se julgavam assimiladas e consolidadas em muitas das sociedades, estão a ser questionadas e postas em causa por grupos poderosos que têm alimentado e enaltecido uma visão e um estatuto de subalternidade das mulheres, vistas como uma ameaça à continuidade do considerado normal e natural exercício do poder pelo masculino.

A situação de subalternidade reservada às mulheres ao longo de séculos, em muitas sociedades, é vista por alguns como algo cultural, decorrente e integrante dessas sociedades. Esta forma de colocar o problema da desigualdade de género, não deixa de ser uma maneira subtil de contemporizar com o modus operandis, personalizado na célebre citação do aristocrata Tancredi “se queremos que tudo continue como está, é preciso mudar tudo” do romance “O Leopardo” de Giuseppe Tomasi di Lampedusa.
É “a bem da família e dos bons costumes” que se vai continuando a exercer o poder discricionário de pais, irmãos, maridos e filhos exercido sobre as mulheres, perpetuando atavismos e vivências de masculinidade e de honra completamente dissonantes dos tempos modernos.

O grande problema é que, estando consagrada juridicamente, a igualdade efetiva de homens e mulheres, está longe de ter sido assimilada e interiorizada pela maioria das sociedades, como o atestam a continuação dos crimes de honra, da prática da mutilação sexual das mulheres e dos casamentos forçados e precoces, de que tantas mulheres são vítimas.

O pior é quando começa a surgir a ideia de que a culpa é de quem está a ser vítima de violência, daí que subestimar a violência contra as mulheres é abrir caminho à continuação da agressão.

A violência contra as mulheres que atravessa todos os grupos sociais, tem na pobreza e nos baixos níveis de escolaridade, um poderoso aliado na continuação da impunidade dos agressores. Avilta quem a pratica, e tal como os icebergues, só parcialmente é vista e falada, logo não denunciada.

Em Portugal, até outubro deste ano, já morreram 22 mulheres, vítimas de violência doméstica, números que vergonhosamente confirmam que muitas mulheres continuarem a ser o saco de pancada das frustrações do poder masculino.

A luta pela eliminação da violência contra as mulheres tem de prosseguir a um ritmo mais intenso, haja em vista o facto de uma em cada três mulheres no mundo já terem sido vítimas de violência, sendo as mais jovens as que correm maior risco.

Com o propósito de assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulheres, realizar-se-á em Lagoa a Conferência APAV Algarve contra a Violência Doméstica na qual participarão três painéis: "Apoio às Vítimas de Violência Doméstica na Região do Algarve"; "Intervenção e Proteção às Vítimas de Violência Doméstica em Relações de Intimidade"; e "Apoio especializado da APAV a vítimas vulneráveis". A realização de uma mesa-redonda: "Plano Municipais para a Igualdade: "Uma resposta integrada no combate à Violência” culminará a abordagem da temática da violência contra as mulheres.

As vítimas de violência não têm que se conformar. Pedir ajuda e denunciar os abusos não é vergonha.

Em Portugal, as vítimas de violência doméstica podem recorrer à APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), que lhes prestará o apoio adequado. Nos concelhos de Aljezur, Lagos, Monchique e Vila do Bispo o apoio é, também, disponibilizado pelo GAVA (Gabinete de Apoio à Vítima).  

 

Equipa EPS do AEJD

 

Dia Internacional para a Eliminação das Violência contra as Mulheres - As origens deste Dia

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres CVP Águeda

Dia da Eliminação da Violência Contra as Mulheres_ CVP Gondomar/Valongo

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