Dia Mundial Sem Tabaco 2022

Categoria: Atividades
Publicado em 30-05-2022

Na 3ª feira, dia 31 de maio, celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, visando alertar a população para a ameaça que este constitui para o meio ambiente, e simultaneamente, chamar a sua atenção para os efeitos prejudiciais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo, convidando-a a refletir sobre o modo como poderão libertar-se das garras deste flagelo. É claro que muitas pessoas não se incomodam nada com o facto de serem “escravas do tabaco” e terão sempre uma resposta para as advertências sobre os malefícios do seu consumo.

Sabendo-se que é extremamente difícil convencer quem não quer ser convencido, o mais acertado será direcionar a informação para iniciativas que desencorajem a iniciação tabágica na faixa etária mais jovem, aquela em que os hábitos não estarão tão cristalizados, posto que o tempo ainda não terá ajudado a criação de raízes tão profundas.

No tabaco existem mais de 4500 produtos químicos, dos quais algumas centenas são tóxicos ou irritantes e mais de 50 cancerígenos, não sendo uma surpresa que o tabagismo seja um problema de saúde pública e que, além do fumador, também os fumadores passivos poderão desenvolver doenças em resultado da sua exposição ao fumo, pois “quando alguém fuma, todos fumam”.

O tabagismo tornou-se a causa de morte mais evitável, sendo responsável pela morte de um em cada 10 adultos em todo o mundo, matando mais de 8 milhões de pessoas por ano e destruindo o ambiente através do cultivo, produção, distribuição, consumo e resíduos pós-consumo.

Com o tema deste ano, “Tabaco, uma ameaça ao meio ambiente”, pretende-se consciencializar a opinião pública mundial para uma situação em que a indústria do tabaco vem acrescentar ainda mais pressão e impacto negativo sobre um meio ambiente caraterizado pela depauperização dos recursos naturais e a continuada fragilização dos ecossistemas do planeta.

A pegada negativa do tabaco começa bem a montante através do cultivo, produção e distribuição e o problema não se resume ao consumo, mas também aos resíduos pós-consumo, deixando um rasto de destruição difícil de apagar, como é o caso das famosas beatas, conspurcando praças e ruas das nossas cidades, praias e outros espaços públicos.

É já famosa a campanha “Caça à Beata” organizada e divulgada pelo Programa Bandeira Azul em associação com a Portugal sem Beatas levada a cabo na época balnear em várias praias portuguesas com Bandeira Azul.

Através desta campanha, no Algarve, em 2019 foram sensibilizados 320 alunos de escolas de Faro, Lagos e Loulé, que em apenas uma hora recolheram 95 mil beatas. Em tons irónicos, poderemos dizer relativamente a beatas que, se as de igreja são o que são… estas, então, não têm classificação. De facto, as beatas de cigarros, que em cada ano atingem valores próximos de um milhão de toneladas, ocupam o top dos lixos que conspurcam o planeta.

Faz tempo que o município de Lagos lançou a campanha ”Caça à Beata” sob o mote “1 segundo a chegar ao chão, 5 anos a sair do mar”. Sabendo-se que a energia despendida num comportamento correto ou noutro incorreto será a mesma, bom será que se opte pelo primeiro, e já que “colocar as beatas num cinzeiro demoraria o mesmo tempo”, então há que interiorizar esse comportamento, e assim escolher o lado certo da vida em sociedade, contribuindo para alcançar a situação de “Zero Beatas”.

Em Portugal o tabagismo tem diminuído, apresentando uma tendência decrescente, o que não obsta a que 17% dos portugueses com mais de 15 anos continuem a fumar todos os dias ou de um modo muito regular. De realçar que nos últimos anos tem-se assistido a uma redução significativa do número de mulheres fumadoras, pondo fim a uma situação de crescimento desde 1987.

O Algarve ainda é uma das regiões com maior número de fumadores, apesar de ter registado a maior queda na percentagem de fumadores (-6,3%) nos últimos anos.

A propósito da escultura de Carlos de Oliveira Correia “Homem de Ferro, Pulmões de Vidro”, exposta temporariamente no átrio norte da nossa escola, apraz-nos interrogarmo-nos se não seremos todos homens de vidro, com pulmões ainda de vidro mais frágil. Já ninguém acredita na imagem de homens confiantes e determinados, vendendo "glamour", de cigarro entre os dedos.

Não é o ferro da hemoglobina, a proteína das hemácias que transporta o oxigénio, que impede que os nossos pulmões sejam tão frágeis quanto o vidro.

Fumar…mata, pode não ser logo… mas mais cedo que tarde, a ceifeira marcará encontro connosco, principalmente com aqueles que lhe facilitaram a tarefa, julgando-se imunes aos efeitos do tabagismo.


Equipa EPS do AEJD