Dia Mundial da Saúde Mental 2021

Categoria: Atividades
Publicado em 06-10-2021

No próximo domingo, dia 10 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental, instituído em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health).

A celebração deste dia visa relembrar a comunidade mundial que a saúde mental é uma causa comum a todos os povos, pois as perturbações mentais, com maior ou menor gravidade, não param de crescer, não discriminando género, nacionalidade, etnia, religião ou estatuto económico. Pretende, igualmente, não deixar esquecer que é necessário manter bem vivo o combate ao preconceito e ao estigma que demasiadas vezes lhes surgem associados.

Este ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), escolhendo como tema do Dia Mundial da Saúde Mental: "Dignidade na Saúde Mental: Primeiros Socorros de Saúde Mental e Psicológica para Todos", pretende tornar urgente a apresentação de soluções para o problema e o estabelecimento de uma coordenação efetiva de esforços focados na luta contra uma realidade cuja gravidade não se compadece com adiamentos e medidas meramente paliativas.

 

 

“De médico, poeta e louco, todos temos um pouco” é um provérbio muito antigo que comporta em si a dificuldade em definir o conceito de louco, em demarcar de modo nítido as fronteiras entre um estado mental dito normal e o início do que se poderá chamar perturbação mental. Normalmente considera-se que esta se instalou quando alterações do pensamento, do humor e do comportamento, associadas ao sofrimento e/ou disfunção se mantêm e intensificam ao longo do tempo. São reconhecidas como perturbações mentais as perturbações de ansiedade, as depressões, a perturbação bipolar, a esquizofrenia, a perturbação obsessivo-compulsiva, as perturbações de personalidade, as psicoses, entre outras.

Partindo do conceito de saúde definido pela OMS como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”, e no que à vertente mental da saúde diz respeito, cabe referir que Portugal encabeça a lista dos países europeus com maior número de casos de perturbações mentais, levando-nos a concluir que não há saúde sem saúde mental.

A génese das doenças mentais decorre da interação de uma panóplia de fatores biológicos, psicológicos e sociais, afetando todos os grupos, mas em que as mulheres são mais afetadas do que os homens, tal como as pessoas com menos educação e dinheiro. Na União Europeia a depressão é a segunda causa de incapacidade, sendo também o fator de maior risco de suicídio.

Na generalidade dos países e particularmente nos de recursos mais escassos, a saúde mental tem continuadamente sido um parente pobre no campo da saúde em geral, situação que a emergência da pandemia Covid-19 e consequente agravamento das condições de vida a nível de emprego/trabalho e acesso aos cuidados de saúde tornou ainda mais notória nos grupos constituídos pelas crianças e adolescentes, pelos idosos e pelas mulheres grávidas.

Um estudo realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos mostra que os jovens foram o grupo mais afetado pelos efeitos indiretos da Covid-19, traduzidos num aumento de peso e em problemas de saúde mental. Durante a pandemia, uma percentagem significativa dos jovens inquiridos neste estudo passou a dormir mal, começou a fumar e a beber mais álcool e alguns iniciaram-se no consumo de medicamentos psicotrópicos.

O confinamento resultante da pandemia Covid-19 agravou indubitavelmente a saúde mental dos portugueses, do que o aumento da intolerância e da tristeza são uma das marcas, e estamos conscientes de que os tempos pós-pandemia ainda serão marcados, em sofrimento mental, pela que foi, até ao presente, a maior tragédia deste século.

Agora que, na sequência do cumprimento do Plano de Vacinação Covid-19, é esperado o controlo da epidemia e o retomar de uma certa normalidade nas nossas vidas, será de lembrar, como fizemos há um ano, que seria bom que a propósito deste dia continuássemos a defender que “O conhecimento de nós mesmos, a capacidade de sairmos de nós próprios, ser tolerantes e moderados na emissão de juízos de valor relativamente ao próximo, o aprendermos a relacionarmo-nos com os outros, uma relação com o stress que nos leve a aprender coisas novas e a ser criativos e o sermos capazes de questionar as nossas vidas, são atitudes que muito nos ajudarão a manter a nossa sanidade mental”.

 

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Equipa EPS do AEJD